domingo, 15 de abril de 2018

Ida e Volta para Lomé

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Uns foram para Lomé confiantes e voltaram decepcionados. Entradas de leão, saídas de carneiro. Com os outros passou-se exactamente o contrário.

Parecia haver quem acreditasse que a Conferência se transformaria numa humilhação para o Presidente José Mário Vaz, esperando ver (de forma pouco patriótica), no Comunicado Final, uma clara imposição da CEDEAO, em termos ditatoriais. Contudo, nada disso aconteceu, e o texto do referido documento acautela respeitosamente a soberania nacional e o carácter endógeno da solução encontrada, referindo-se a uma decisão tomada pelo Presidente e validada pela Conferência. Os presidentes ficaram chocados com a ideia que lhes submeteram de ofender um congénere e viraram o bico ao prego, fazendo questão que constasse precisamente o contrário daquilo que o PAIGC queria projectar.

Pretende o PAIGC passar o resto da existência a chorar sobre o leite que derramou? A presente Conferência, expressamente dedicada, prevalece e enterra definitivamente o Acordo de Conacri. O PAIGC pode pois fazer o luto de Olivais e considerar os últimos dois anos como tempo ingratamente desperdiçado à espera do regresso de um barco naufragado. Ao contrário de Conacri, desta vez o endosso do Primeiro-Ministro é nominal. A margem de manobra para inventonas é nula. Resta alinharem de boa-fé no estipulado, de outra forma as comichões podem tornar-se incomodativas. 

Não vale a pena insistir em tentar propagar uma visão de Lomé que não corresponde à realidade. Se alguém foi humilhado em Lomé, foi quem tudo fez para tentar manipular o processo. 

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