Alpha Condé, internamente enfraquecido, depois de uma semana infernal ("a Guiné é um vulcão prestes a explodir"), acabou por, durante o fim-de-semana, fazer concessões a contra-gosto, acedendo a um aumento de salários dos professores em 40%. Claro que isso tem o grande inconveniente de representar um descontrolo das despesas e afastar a Guiné dos critérios de convergência para uma futura moeda única.
Apesar da alegria e satisfação manifestada hoje pelos professores (e alunos), com o fim da greve e a retoma das aulas, após várias semanas de greve, aquilo que os professores não imaginam é que, em termos reais, o aumento será sol de pouca dura e o seu efeito não passará de um mês, pois a taxa de inflação vai disparar, uma vez que o franco guineense não está indexado. Foi o esforço de contenção de despesas, para satisfazer o jogo dos franceses, que permitiu controlar a taxa de inflação. Trata-se de um balão de oxigénio puramente nominal, rapidamente a situação voltará à vaca fria.
A Guiné cada vez mais longe da moeda única, apesar dos compromissos assumidos por Alpha Condé perante os franceses.
Quem não se fez esperar, foram os professores senegaleses, os quais, inspirados pelos colegas guineenses, querem agora também aumentos salariais que Macky Sall, debaixo da pata gaulesa, como aluno obediente, não pode conceder. É que, se Alpha Condé controla a sua política monetária (a impressora de notas), o mesmo não se pode dizer do Senegal.
O debate sobre o futuro da moeda única vai aquecer.
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